Na lógica de quase confessionário, continuo revisitando o meu passado adolescente... meus desejos, livros e devaneios mais secretos. É na livre associação que se desencadeiam os posts dessa "linha": Nelson, pin-ups, cabaréts e ela, a diva da obra que mistura realidade com ficção e adentra em minhas fantasias mais secretas.
O livro é "Hilda Furacão", publicado em 1991, mas que só chegou em minhas mãos em 1994 (ou final de 1993, nem sei mais), numa capa nada sexy. Isso me ajudava a transitar com ele até terminar a segunda leitura. Sim eu o li duas vezes seguidas! Na primeira eu devorei as páginas, ávida pelo desfecho... na segunda fiz uma leitura atenta aos detalhes que deixei passar na pressa de chegar ao fim.
O autor é Roberto Drummond. Ele escrevia de maneira fluida, instigante... misturou personagens reais a imaginários para contar a história da Garota do Maiô Dourado do Minas Tênis. Ele se dizia refém da Hilda Furacão, motivo pelo qual nunca deixou bem definido o que era verdade ou ficção em seu relato.
Depois a Televisão explorou o tema em uma série, dando o rosto de Ana Paula Arósio à Hilda: a mais desejada prostituta da zona boêmia de Belo Horizonte, que nasceu em uma tradicional família de classe média, mas escandalizou a sociedade mineira ao fugir no dia de seu casamento direto para o "Maravilhoso Hotel".
Em meio à louca transformação política do país e de sua própria vida pessoal, Hilda perde seu sapato em uma passeata e lança um concurso para que o devolvam. Quem o encontrou foi o jovem frei Malthus, que passa a viver o dilema entre o amor proibido e a castidade. É quase um conto da Cinderela às avessas.
Só para variar, nós brincamos com o tema e fizemos mais umas fotos... hahaha
Sem nenhuma pretensão de representar Hilda, o que ficou ainda mais difícil depois da Ana Paula, que fique como homenagem ao brilhante Roberto e todo o desejo que seu livro despertou em mim!
Lia