Talvez seja este clima de carnaval, talvez seja o magnetismo ou o próprio cheiro dela; não sei bem. A verdade é que sempre atrai lésbicas e bis.
É recorrente: desta vez foi numa pequena loja, escolhendo fantasias para a festa pagã que se inicia.
A mocinha chegou perguntando, como quem não queria nada, de que jeito Lia faria para prender o cabelo por baixo da peruca. Troca de ideias, sugestões, isso funciona e aquilo não - segredinhos que mulheres dividem nessas horas.
Mesmo sendo bem do jeito que ela gosta - quadrilzão, peitinho médio e aquela bunda de encher a mão - abriu-se um hiato. Veio aquele silêncio constrangedor e Lia, com um simpático sorriso, foi voltando às compras.
A loira ficou lá, estática, encarando. Olhou para a aliança, depois para o rosto e puxou assunto, testando para ver se minha morena evoluía.
Perguntou em qual bloco estaria. A Lia não lembrava bem o nome, mas a nova amiguinha esperta sabia direitinho e lascou:
- Hummm. Eu vou estar lá, a gente se vê amanhã - piscandinho e com aquele sorrisinho maroto que todo mundo sabe o que significa.
Se tivermos sorte, encontraremos a tal loirona de cuturno, peruca e fantasia.